quarta-feira, 16 de dezembro de 2009


Puxa, somente agora consegui acessar e trazer opiniões.

Enfim, começo logo falando sobre o tema proposto para a redação do ENEM deste ano.

"O indivíduo frente à ética nacional". E baseado na estrutura da redação que seria dissertativo-argumentativo, ainda sugeriram "uam proposta de ação social, que respeite os direitos humanos"!!!
Nesse momento já fiquei confusa: que direitos humanos? Num país onde bandidos engravatados não ficam presos e quando ficam, não passa de 180 dias? Opa! Bandido engravatado?

Bandido é aquele que anda descalço, com camisa rasgada e cheira mal. Se uma pessoa de classe média é pego com cocaína, ah, ele é uma vítima das drogas. Se um pobre é pego, é vagabundo que contribui com essa bagunça, que sustenta o tráfico etc, etc.

Gente, são tantas coisas que envolvem o significado de "ética". E, sinceramente, achei muito sarcástico justamente em uma avaliação que o governo faz pra constatar que a educação do país, vai muito mal obrigado, eles querem saber o que a gente pensa sobre isso? O que a gente acha sobre eles pegarem dinheiro nosso e guardar nas meias????

"Ah! Num importo naum, até acho que fica mais prutigido qui essi negócio de guardá os cobre dentro do colchão! É mei pirigoso, us ladrão podi entrá e robá!!!"
(rs)

Usei os erros de ortografia não foi por acaso e sei que todos entenderam, porém quero enfatizar o seguinte: eles sabem que boa parte das pessoas não tem tanto estudo, são simplórios, humildes, e isso é bom pra eles. Quanto menos informado, menos o indivíduo reclama.

Ah! Sim, eles querem saber em que proporção os jovens do Brasil estão alienados em relação à toda essa política suja; quais foram os tipos de argumentos usados, se os jovens entendem o que se passa, ou se simplesmente... não entendem! Se os adultos de amanhã, serão os mesmos adultos desinteressados de hoje.

Claro, existem os engajados, que falam, protestam, mas sem grandes resultados. Antes que surta algum efeito, antes que possa exercer uma liderança sobre a massa para tentar fazê-la enxergar, mais que rapidamente, você já não está mais ali. Acredite.

Hoje em dia usa-se o humor e outras formas de arte como ferramentas para se dizer verdades - você tem a desculpa da "licença poética"-, e ainda assim você acaba sendo censurado, (ops! muito forte essa palavra), você acaba sendo repreendido.

Um exemplo, foi do Rafinha Bastos do CQC, sendo impedido de entrar em um evento do Presidente Lula com a Presidente da Argentina Cristina Kirchner, depois de fazer algumas piadas do tipo "Sra. Cristina, você veio da Argentina para o Brasil para aprender como se rouba?"

Era notória a cara do Lula, ele não estava gostando, claro, não se pode denegrir a imagem, mas, gente! Todo mundo sabe que os políticos roubam! No governo Fernando Henrique, na época de Dom Pedro (primeiro e segundo, e terceiro e quarto, se tivessem existido) e no governo Lula também!!!

Enfim, de uma forma ou de outra esse sistema "tira onda com a nossa cara".

Na minha redação falei um pouco sobre desenvolver planos que promovam cultura às pessoas em geral, mas sem deixar de criticar também.

Muitos problemas só serão resolvidos mediante ações de "prevenção" e não de "correção".

MINHA REDAÇÃO DO ENEM:

Um indivíduo ativo

"Todos os dias recebemos mais notícias de corrupção, desrespeito ao cidadão, ao trabalhador - que na verdade é o que move este país -, e quando acreditamos que já vimos de tudo, ainda surgem aqueles que trazem dinheiro em suas meias! Mas existe um problema: o indivíduo frente a tudo isso sente-se indgnado, caçoado. Mas ele esquece-se de que na maioria do casos, ele colocou aquela pessoa no governo; ela deu poder àquela pessoa através de seu voto.
O que fazer então? Não exercer a cidadania, ou mesmo em um ato de protesto, negar-se ao exercício do voto? Na verdade a solução é mais simples do que parece: Ler, informar-se, entender a política e suas manobras tendenciosas, aproximar-se cada vez mais da cultura, seja ela música, artes cênicas, literatura; a cultura expande o pensamento, ela proporciona compreensão a diversos níveis de assunto.
Em muitas cidades é possível notar que os governantes mais próximos - os prefeitos, vereadores -, criam programas de inclusão digital, viabilizam o acesso do cidadão aos espetáculos teatrais, montam palcos em praças com festivais de música popular brasileira, mas isso é pouco! Pode ser apenas uma forma de divulgar suas ações, ações propagandistas. É necessário ser mais rigoroso com os educadores que têm a chance de ensinar, se são mesmo qualificados, além de nós mesmos nos interessarmos por conhecimento, é mais fácil dentro de nossa sociedade local, criar projetos de arte, qualificação gratuita apenas para aqueles que são freqüentes nas aulas, não descartando nem se esquecendo daqueles que não estudam, e sim, os atraindo para participarem também.
Nota-se portanto, que praticamente somos nós de forma independente, que agimos para nós mesmos. O governo se interessar verdadeiramente, essa é a ação."

Só pra finalizar, o ENEM não deveria ser uma avaliação diferente dos demais vestibulares, por ter a característica de
"transdisciplinaridade" - o que significa que você utiliza duas ou mais disciplinas aprendidas no ensino médio para se obter a resposta -. E vem cá, isso não seria para facilitar?

Percebi o contrário, todos reclamaram de dor nas costas, no pescoço, pelo tamanho das questões, a complexidade das perguntas. Ora, são apenas jovens começando a pensar no futuro. Suas capacidades não poderiam ser medidas por saberem ou não se " lâmpada número 3 iluminará o ator da esquerda que interpretava um espetáculo da época da guerra fria e que isso acarretaria para ele e sua platéia, sérios problemas políticos junto ao governo Vargas!!!!"

É isso! Ah! Gostaria que expressassem suas opiniões!

Obrigada!

3 comentários:

  1. Adorei o texto. Qdo li sobre o tema da redação deste ano, tive exatamente o mesmo pensamento. Eles querem saber sobre o q pensamos sobre eles mesmo. Aff. É o fim da picada.

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  2. Eu estou meio cética em relação a eficácia da política, em qualquer lugar do mundo. Acho q já está maculada demais. As cadeiras dos que deveriam ser nossos representantes, estão ocupadas, em sua maioria, por pessoas que defendem interesses pessoais ou, no máximo, de classe, inclusive o banditismo (não que toda essa sujeira também não nos represente, pelo contrário!).

    Acho q pessoas com visão holista nem se prestam muito a lideranças. As melhores intenções eu só vejo se transformarem em ações concretas na dimensão micro - em ongs, através de pessoas que fazem o pouco que podem.

    Acho q o q realmente funciona é nós, que ainda acreditamos que valha a pena, enquanto acreditamos, fazermos nossa parte e propor que as pessoas próximas façam as delas, como numa "corrente do bem".

    Falar em responsabilidades políticas faz a gente se arriscar a cair no comodismo e esperar q algo aconteça.

    Enfim, não acredito em política-macro. Acredito, sim, na manifestação, na ação assertiva, em vc, em mim, e na maneira como a gente aplica tudo o q acredita em cada minuto da nossa vigília.

    Mas ainda acho q devemos cuidar dos nossos votos e tentar fazer escolhas menos infelizes. Pq, por menos q pareça, as coisas sempre podem piorar se a gente não cuidar.

    Beijo, Tatty!

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  3. Obrigada Fabiana! Como você bem disse: "É o fim da picada"!!

    E, Gabi, concordamos sobre a questão de "política-macro" não ser eficiente. As pessoas são beneficiadas por aquelas que estão mais próximas à elas, pois seus problemas são enxergados e levados a sério porque os que ajudam usam da empatia para se engajarem em qualquer ação.

    Os políticos deveriam agir assim (nem em sonho!), mas se aproximam, frequentam comunidades carentes, se interessam pelos problemas dos menos favorecidos por uma razão que todos conhecemos: conquista de votos!...

    Triste realidade...

    Valeu gente!

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